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A importância dos dados para a tomada de decisão dos negócios

Neste artigo especial o CEO da Dataside, Caio Amante, compartilha conhecimento sobre o crescimento de negócios a partir dos dados. Boa leitura! 💙




Há tempos quero escrever sobre este assunto e passar a visão sobre o que vejo diariamente nas trincheiras da consultoria e no dia a dia da Dataside.


Exercer o cargo de CEO e estar próximo de como as coisas funcionam, nas mais diversas áreas da empresa, não é tarefa das mais fáceis, ainda mais para uma pessoa ansiosa que adora arriscar e ver resultados.


Sei que assim como eu, existem muitos empresários fascinados em tomar decisões, encantados em analisar suas ações tomando forma e deslanchando situações das mais adversas. Costumo dizer que o que me encanta como estrategista, não é o sucesso, mas sim a magia em ver uma ação ter uma reação, mesmo que às vezes seja de fracasso.


Quantas vezes não observei históricos de ações e encontrei as falhas que ocorreram devido aquelas ações e vibrei com isto? Afinal, as falhas também nos fazem ser o que somos hoje. Complexo para o entendimento de alguns, mas muito claro para mim.


Negócios e futebol: qual a relação?


Assim como em um jogo de futebol, todos querem vencer. E assim como em campo, vence quem erra menos e não o melhor, como todos dizem, ou vai me dizer que nunca assistiu uma partida onde um time “massacrou” o outro e mesmo assim perdeu a partida? Se você não viu, sugiro que assista algumas partidas de futebol entre times menores que conseguiram surpreender grandes times.


O fato de o time jogar pior, não significa que ele tem a pior estratégia e, como eu disse no início, não vence quem é melhor e sim quem erra menos, porém só encontra sucesso quem realiza aquilo que foi proposto a fazer.


Vamos ao contexto e imagine que um time se propõe a se defender o jogo todo e a buscar um único contra-ataque para fazer apenas um gol e vencer a partida. Do outro lado, o outro time com jogadores melhores, com mais prestígio e estrelas por todos os setores do campo, se propõe a atacar o jogo todo e fazer o número máximo de gols.


Mesmo que o time de maior prestígio domine a partida e jogue melhor aos olhos dos telespectadores, se ele fracassar em todas as tentativas de gols, sejam elas, 3, 6, 1000, na prática ele terá errado mais e cada erro dele, será um acerto do time que se propôs a defender-se. No fim, se o time de menos prestígio conseguir encaixar 1 contra-ataque, fará o que se propôs a fazer e sua estratégia será concluída.


Agora você deve estar se questionando se o que eu escrevi tem algum sentido, pode parecer que não, mas no fim ganha quem erra menos baseado na estratégia que se propôs a fazer. Lembre-se que isto é apenas minha opinião e você tem todo o direito de discordar.


Ok, por que falamos de tudo isto? Falamos pois o mundo dos negócios é bem parecido com um jogo de futebol e aquele que consegue estabelecer uma boa estratégia e executá-la, sempre acaba tendo muito sucesso.


Infelizmente, em meio a toda minha experiência, vejo muitas empresas sem ao menos possuírem uma estratégia e como sempre digo “Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”, créditos ao gato de “Alice no país das maravilhas”.



Com a evolução de alguns elementos, quero enfatizar a necessidade de as empresas abrirem os olhos para o mundo dos dados e fazê-las entenderem que se você não aderir a este universo, você estará fora dele e do mercado.


Costumo colocar 6 elementos que mudaram a concepção geral do mercado estratégico de crescimento das empresas e irei citar cada um deles aqui, além de demonstrar ao fim como isto muda toda a concepção do que fazíamos até então.



Elementos:


Pessoas

Hoje tudo se baseia no comportamento das pessoas, no fim são elas quem compram produtos, são pessoas que compram tecnologia, são pessoas que precisam de consultoria e, mais do que isto, são pessoas que possuem problemas e, em geral, sempre acreditei que um negócio está aqui para resolver algum problema.


Não acredita nisto? Olhe para a Tesla, para Amazon, para o Nubank e perceba como eles não são simplesmente uma fábrica de carros, uma livraria e um banco. Analise e entenda como eles, no fim, têm sucesso em resolver problemas que as pessoas tinham antes delas aparecerem.


Tesla traz interatividade e comodidade para seus clientes, comparada com uma gigante do automobilismo, faz recall com uma simples atualização de software, sem necessidade de deslocamento do cliente para uma concessionária, sem dores e sem tempo perdido.


Amazon analisa dados baseados no comportamento das pessoas e tem previsão de que tipo de livros provavelmente vendem mais em determinadas regiões, sabe o resultado disto? Você compra com um clique e logo cedo, seu livro está na porta de casa.


Nunbank, além de ser uma empresa 100 % data driven, acabou com toda burocracia, com as centrais de atendimento que gastavam horas e horas das pessoas e sem resolver o problema das mesmas. E mais além, entendeu o comportamento e está tendo uma ascensão a cada ano, na atualidade já está entre as maiores instituições financeiras da América Latina. Assim fica bem claro que a tomada de decisão influencia sim pessoas e o foco principal são elas, porém, para fazer isto com maestria, existem outros cinco elementos que fecham um cerco na estratégia assertiva da atualidade.


Dados

No fim, não adianta nada existir o interesse das pessoas, sem os dados, sem sabermos o que de fato elas pensam, gostam, usam ou como se sentem e, para isto tudo ser realizado, não podem faltar dados. Cruzamento de dados, estrutura e organização para que insights sejam tirados e, diferente do que muitas empresas ainda cismam em pensar, o dado que você precisa aplicar inteligência, não é do seu SAP, do seu sistema da Totvs, do seu sistema ERP.


Se você ainda cisma em pensar que Business Intelligence está relacionado APENAS a cruzamento de dados do seu faturamento, com seu RH, com seu comercial ou com sua área de estoque, sinto em lhe dizer, mas você está muito para trás. Antigamente (se assim, pode-se dizer), as empresas não tinham condições tecnológicas para acessar dados sobre comportamentos (irei explicar mais a frente) em geral externos ao que era gerado dentro das organizações e enraizou-se que a vantagem competitiva estava ligada a entender o comportamento dos dados gerados pela organização, que como um passe de mágica tudo estaria bem.


Ok, mas para que este cenário não seja o mais aceitável, algumas coisas precisaram colaborar e, claro, irei citá-las, pois são os outros elementos que complementam essa nossa análise.


Internet

Aqueles que enxergaram que a internet iria dominar o meio de comunicação estavam certos, né? Pois é, hoje, se olharmos para a maioria dos top bilionários do mundo, perceberemos que eles utilizaram a internet como trampolim, seja o Google, seja o Facebook ou até mesmo a Amazon.


A internet possibilitou a globalização das informações, a materialização dos costumes, dos gostos e das preferências de todos em um meio virtual. Antigamente você dificilmente saberia quais lojas uma pessoa frequentava, quais sapatos ou roupas mais gostava, que tipo de filme era o seu preferido, já que tudo era feito fisicamente em shoppings, cinemas, lanchonetes e, obviamente, sem internet, e assim não existia cruzamento de informações.


Porém hoje, com a internet, empresas conseguem entender gostos, preferências, problemas e, com isso, propor soluções para as pessoas e mais além, no fim todos nós queremos isto, queremos consumir, queremos comprar, queremos ter facilidade para obter o que nos traz valor da maneira mais rápida e fácil possível.


Cloud

Se você for leigo na área de tecnologia, dificilmente saberá o que é cloud computing e, sinceramente, não sei se vai entender na íntegra o que é isto. O fato é que você a utiliza a todo momento, inclusive está lendo este artigo neste momento graças a cloud computing e mais do que isto, ela é a grande responsável por possibilitar tudo que estamos citando, pois como eu mencionei, antigamente nos prendíamos aos dados gerados pelas organizações em seus sistemas internos, porém hoje, graças ao avanço tecnológico da internet e da cloud, todos nós somos cercados de dados em tempo real e dados que são cruzados com dados de mais bilhões de pessoas e então são retirados vários insights que em geral tendem a trazer facilidades, melhorias e acesso ao que queremos e precisamos (nem sempre).


Sem a cloud isto seria impossível, pois de maneira geral, a cloud computing é a responsável por acelerar o processamento computacional, graças ao seu conceito de computação distribuída, com a possibilidade de somar-se vários computadores para processar algo, nos capacita a processar e gerar insights de trilhões de dados que são criados a cada segundo por toda humanidade, por pessoas, por máquinas, por robôs, por carros e etc.


API

Hoje se uma pessoa não sabe o que é uma API, logo ela não sabe que mesmo você sendo pequeno, você pode ser Data Driven. Você pode trabalhar com BIG DATA. Você pode sim cruzar muitas informações. Algumas pessoas falam que os dados são “o novo petróleo” e eu não discordo, mas para você encontrar o petróleo, (não sou especialista nisto) você precisa de brocas de perfuração.


Imagine que as API’s são exatamente isto, em geral se você quer trabalhar com cruzamento de dados, melhorar suas tomadas de decisões em si, você precisa entender que o mundo hoje é movido pelas API’s e elas são os caminhos para termos acessos a dados que antigamente não tínhamos a menor possibilidade de adquirir.


Então imagine aquele seu sistema ERP que permite que você saiba o quanto fatura, porém agora cruza os dados com a previsão do tempo e percebe que em dias chuvosos você tem um faturamento mais baixo?


“Ahh? Sério?” Sim, isto é apenas um exemplo, mas existem inúmeras API’s públicas e privadas e isto nos leva a um mundo totalmente diferente, de inúmeras possibilidades, onde podemos ver nosso faturamento baixo, plugar em redes sociais e perceber através de uma análise de sentimentos que as pessoas estão insatisfeitas com os produtos, até mesmo plugar na API do Reclame Aqui e analisar os dados provenientes de lá e, com isso, tomar ações para melhorar a qualidade do produto, melhorar a satisfação do cliente e como consequência final, nosso SAP vai mostrar o faturamento aumentar.

Fica claro que os dados internos são indicadores do retrato externo de como seu negócio pode estar indo.


Abra os olhos e entenda que se sua empresa hoje não possui uma arquitetura escalável (cloud), que se pluga em API’s externas para cruzar dados com fontes internas, você realmente não está tomando as melhores decisões.


IA

A cada dia que passa e a cada consultoria que realizo, escuto sempre as mesmas frases: “Ainda não precisamos de Machine learning” e “Ainda não temos Big Data, somos menores e ainda não temos essa necessidade”.


Amigo, sinto em lhe dizer, mas você está errado e, mais que errado, está para trás no mercado. Hoje não importa o seu tamanho, não importa o seu nicho de mercado e nem mesmo a sua condição financeira, pois com Cloud (lembra que eu falei) você pode começar pequeno, com investimento baixo, porém você precisa entender que qualquer dado externo que lhe ajude a entender mais sobre as preferências, os comportamentos, as vontades dos seu público-alvo, vai lhe ajudar na tomada de decisão (olha as API’s aí).


Agora, tudo isto para se extrair inteligência, será necessário trabalhar com IA & Machine Learning, para que você comece a entender padrões de consumo, padrões de compra, recorrências em geral que lhe ajudem a maximizar seus lucros, a diminuir suas despesas.


O poder dos algoritmos de Machine Learning em conjunto com diferentes fontes de dados, podem fazer seu negócio sair do zero ao milhão de um dia para o outro, o contrário também é uma realidade :(.

Hoje a Amazon não precisa de seus executivos para decidir o valor dos livros, ela simplesmente entende o comportamento dos seus clientes e sabem quanto uma pessoa em determinada região, com um determinado gosto e etc. vai pagar em um determinado livro e, baseando-se nos dados e no algoritmo de Machine learning que identifica esses padrões, a tomada de decisão dos melhores preços são feitas pelo próprio algoritmo, quer que eu explique ainda mais que isto sim é ser Data Driven ( Orientado aos dados)?


Existem inúmeros exemplos de empresas que são Data Driven hoje em dia e se você ainda não entendeu isto, infelizmente eu tenho sérias preocupações com o seu negócio.


No fim, muitas pessoas falam “Mas eu tenho uma padaria, não preciso disto”.


Então você está me dizendo que não precisa saber através das suas câmeras os períodos de pico na padaria e baseado nesse padrão que ocorre às terças e quintas à noite, você não vai tomar a decisão de contratar outro padeiro freelancer? Vai depender do seu “feeling” para saber se as pessoas estão satisfeitas com o atendimento? Vai deixar de correlacionar que toda vez que vende um pão na chapa as pessoas tendem a comprar um café? Que esta informação que os dados e a IA te trouxeram poderiam fazer você aumentar o preço do cafezinho e aumentar seu lucro mensal em 10 %? Realmente se tudo isto não mudou sua mente, o mundo irá mudar, da pior maneira possível.


Deixo você com essas reflexões e fico por aqui, disponível para te ajudar a tomar as melhores decisões através dos dados.


Pensou em dados, pensou Dataside. 💙

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